domingo, 11 de abril de 2010

Há um lábio que aguça meu paladar... como amoras maduras, afrontando meu desejo de mel.
Dois corpos que se abraçam, se abrasam e se fundem num só.
não há distâncias entre minha alma e a sua...
Janelas abertas, o sol inundando-se num calor.
E esqueço mágoas, dores, rasuras...

As fissuras se desfazem uma a uma.
Tudo une, acrescenta, se completa e quer juntar...
Há um todo perfeito do qual fazemos parte
Quebram muros, angustias...
Não há portas fechadas para nós
Nem portos que ancore tamanha ventura

Não há pontos de partida nem chegada,
Caminhamos no mesmo passo e isso nos basta
Nosso deus é nosso amor.
'tenho sonhado tanto e esquecido mais
superfícies pautadas de branco
e reis que não se sagram
castelos que não se erguem
solos que não se cultivam
cores que não se miram
rimas que não se tocam
cantigas que não se entoam
salmos que não se escrevem
verbos que não se despertam
latim que não se traduz
se ao menos passasses por aqui
se estalasse os dedos ou me lançasses um olhar
mesmo mais rápido que a luz
já haveriam astros sobre minha cabeça
e eu poderia povoar o mundo de luas e sóis
Eu falaria do homem no arranha céu
a assinas papeis e devorar cigarros
Mas eu falaria mais da sua vontade
e de como vc para o transito da segunda feira
vc seria o comentário do dia nas repartições públicas
inspiraria minhas crônicas e poemas
vc viraria literatura
se ao menos vc passasse por aqui agora, nesse momento.
se estalasse o dedo, ou me lançasse um olhar
eu dizimaria o silencio,
e se ficasse um pouco mais,
dançaria contigo uma valsa qualquer sobre os escombros,
qualquer lugar que pudesse te abraçar...'